Vereador Dr. Armando Marins vai marcar nova audiência
pública a pedido da Haztec
A
Câmara dos Vereadores de São Gonçalo vai solicitar que o Instituto Estadual de
Meio Ambiente (INEA) reveja as licenças concedidas para a construção e
funcionamento do Aterro Sanitário de Anaia Pequeno. A decisão foi tomada ontem,
durante a realização da audiência pública "Crimes Ambientais em Anaia
Pequeno: Responsabilizar para Proteger", no auditório do Edifício Palácio do
Comércio. Durante o debate, o vereador Dr. Armando Marins, que presidiu a mesa,
decidiu ainda que pedirá mais transparência no processo que concedeu licença
para instalação do aterro.
“Queremos
ter acesso ao estudo de impacto ambiental e aos relatórios técnicos no qual o
INEA se baseou para licenciar a construção, operação e funcionamento do aterro
sanitário. Vamos cobrar também informações sobre as contrapartidas sociais e
ambientais, condições necessárias para a aprovação do mesmo”, disse o vereador,
que vai marcar outra audiência pública a pedido da Haztec Tecnologia e Planejamento
Ambiental S.A, responsável pelo aterro.
O
Aterro Sanitário de Anaia Pequeno foi licenciado pelo INEA em julho de 2011,
permitindo que a Haztec realizasse a construção e funcionamento em um local de
proteção ambiental, parte integrante da mata atlântica. Em janeiro de 2012 o
aterro começou a operar.
De
acordo com processo que tramita no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro junto
à comarca de São Gonçalo, a Associação de Moradores do Recanto dos Arcanjos e o
Centro de Pró-Melhoramentos dos Moradores de Anaia Pequeno alegam que o aterro
sanitário fere legislações municipal, estadual e federal, além de desrespeitar
o meio ambiente e o bem-estar dos moradores.
Aterro não passa de um lixão
Aprovada
em agosto de 2010, a Lei Federal n. 12.305 instituiu o fim dos lixões e sua
substituição por aterros sanitários. A prática, porém, vem funcionando de
maneira diferente em São Gonçalo. O Aterro Sanitário de Anaia Pequeno, segundo
denúncias que constam no processo, não oferece contrapartidas como construção de laboratórios, unidades
de apoio, vias de acesso e tratamento de efluentes, entre outros.
Outras
compensações acertadas para a concessão de funcionamento do aterro, como o
plantio de 240 hectares com espécies nativas na área de proteção ambiental de
Guapimirim e na Bacia do Rio Macacú, além da oferta de cursos
profissionalizantes para funcionários e ex-catadores do Aterro de Itaoca, a
oferta de a empregabilidade de mão de obra e a dinamização da economia local,
também não foram colocadas em prática.
“As
comunidades próximas à Central de Tratamento de Resíduos (CTR) sofrem com o mau
cheiro do chorume, que não é tratado, com a presença de ratos e mosquitos, com
o grande número de casos de doenças, inclusive dengue”, reclama Dr. Armando
Marins.
Outra
questão, levantada pela professora e bióloga Diva Cardoso de Oliveira, durante
a audiência pública foi a falta de uma usina de triagem, que separe o lixo
recebido pelo aterro. Segundo a especialista, 70% do material poderia ser
reciclado, principalmente papelão, vidro e plástico, que poderia ajudar no
aumento de vida útil do Aterro Sanitário de Anaia Pequeno, que é estimado em 15
anos.
“O
aterro tem capacidade para receber 2.500 toneladas de lixo por dia, mas São
Gonçalo produz apenas 1.200. O restante vem de Maricá e parte de Niterói. A
Haztec Tecnologia e Planejamento Ambiental S.A, empresa responsável pelo
aterro, pretende expandir a licença para aumentar recebimento de resíduos, o
que vai diminuir o tempo de vida útil do aterro”, complementou a bióloga.
Câmara vai cobrar explicações sobre Aterro Sanitário de Anaia Pequeno
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Dr. Armando Marins
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19:40:00
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