O enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes foi tema de audiência pública, na Câmara dos Vereadores de São
Gonçalo. O município apresenta um grande número de casos, muitos deles
resultando na morte das vítimas, segundo o Instituto de Segurança Pública do
Rio de Janeiro (ISP-RJ). Presidente da Comissão de Defesa e Direitos da Criança
e Adolescente da casa, o vereador Dr. Armando Marins pretende realizar um debate
com a sociedade civil, parlamentares e pesquisadores, a fim de fortalecer o
combate a prática criminal.
De acordo com análise de 2012 do ISP-RJ, São Gonçalo ocupa o 4° lugar no
Estado do Rio de Janeiro em relação a crimes contra a pessoa ou sua dignidade
sexual. Segundo a pesquisa, o perfil das vítimas é de 58,4% de mulheres, 40,5%
homens e 1,1% das vítimas não teve o sexo identificado. A faixa etária com
maior percentual de vítimas é de 13 a 15 anos, 30,3%, e com idades entre 16 e
17 anos, com 30,7%. Outro indicador que também chama muito a atenção na
pesquisa é que dos casos de crimes com vítimas fatais, 8,9% são de crianças e
adolescentes.
“Quanto maior a idade, maior a possibilidade de vir a se tornar uma
vítima em potencial. Temos que acabar com isso e proteger nossas crianças e
adolescentes. Nosso futuro está sendo violentado, morto por um crime que causa
sequelas terríveis”, disse o vereador.
Só no estado do Rio de Janeiro, 410 crianças e adolescentes tiveram suas
vidas interrompidas por conta da violência em 2011. As agressões não são um
acontecimento novo em nossa sociedade e a pedagogia da cinta para muitos
conservadores ainda é a melhor solução para resolver os problemas de
comportamento. Um grupo de pesquisadoras da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ)
realizou um trabalho em São Gonçalo com estudantes do 2° ensino fundamental,
com objetivo de traçar um quadro de violência e das condições de saúde mental
das crianças.
A pesquisa mostrou que 76,5% afirmaram agredir seus filhos de alguma
forma, mas 58,2% admitiram usar de agressão física severa, especialmente contra
os meninos. Entre os pais, 42,5% admitiram usar de agressões físicas leves, mas
25,5% agiram com severa violência contra os filhos, em especial os meninos. O
resultado: a pesquisa mostrou ainda que 15,3% dos pais e 13,2% dos professores
reconhecem alguma dificuldade no comportamento infantil, como sintomas de
depressão, agressividade e déficit de atenção.
“A violência cometida contra nossas crianças e adolescentes podem
interferir diretamente na formação humana delas, inclusive na sua formação
subjetiva, levando-as inclusive, segundo alguns especialistas, a reproduzirem
quando adultos, a violência a que foram submetidos quando crianças ou
adolescentes”, explica Armando Marins.
Por um futuro melhor para nossos menores
Reviewed by
Dr. Armando Marins
on
19:38:00
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