Projeto prevê criação da semana da mulher em São Gonçalo

A saúde e a segurança da mulher gonçalense são destaques de um projeto de lei apresentado na Câmara pelo vereador Dr. Armando Marins. A proposta é que seja institucionalizada a Semana Municipal da Saúde e Segurança da Mulher Gonçalense, a ser realizada toda primeira semana do mês de março. O objetivo é que a secretarias de Apoio à Mulher, de Educação e de Ação Social incluam em seus calendários a realização de atividades socioeducativas e informativas voltadas para o esclarecimento da população feminina.

Caberá ainda a Secretaria de Educação a realização nas escolas municipais atividades pedagógicas de cunho informativo e formativo sobre prevenções e medidas de combate as doenças que afetam as mulheres, assim como a orientação de medidas necessárias. Poderão ser desenvolvidas parcerias com instituições de caráter público e/ou privado, entidades de classe, associações civis e universidades, em adesão de caráter voluntário. O calendário deve estar de acordo com o calendário Estadual, com a finalidade de fortalecer as ações destinadas ao público feminino.

A ideia do projeto surgiu após a leitura de edições anteriores do Dossiê Mulher do ISP (Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro), onde o município de São Gonçalo ocupava em 2010 o 3° lugar em registro de vítimas ameaçadas de violência doméstica. Em relação ao quesito tentativas de homicídios, obteve um salto vexatório passando do 16° lugar em 2009 para o 2° lugar em 2010 no estado, a mesma posição para homicídios dolosos.

Os casos de lesão corporal em 2011 cresceram 4,5% no estado, e na nossa cidade, 10,2%. Os casos de ameaças aumentaram 6,4% em todo o estado, mas, em São Gonçalo, cresceram 7,2%. Em relação a crimes de ameaça, nossas mulheres são as maiores vítimas com 67%. No caso de lesão corporal doloso, 64,5%. Além de estupro, com 82%, e também homicídios dolosos, ou seja, quando o autor tem a premeditação, a intenção, São Gonçalo está em 1° lugar no ranking estadual.

Outro dado estarrecedor informa que 72% dos ataques foram realizados em espaço doméstico e ambiente familiar como nos casos de estupro, por exemplo. Além disso, o Dossiê Mulher do ISP nos trás a informação que metade dos estupros são realizados por pessoas próximas a vítima.

“Toda essa violência expõe a mulher gonçalense a um permanente estado de fragilidade física, mental e psíquica levando a desenvolver patologias. Medo, violência, vergonha, dor, discriminação, estupro, preconceito, agressão, silêncio e humilhação são alguns dos sintomas despertados nas mulheres vítimas dessa violência brutal que ainda nos assola em pleno século XXI. A violência doméstica contra a mulher é um crime muitas vezes silencioso que pode gerar traumas irreversíveis a saúde de suas vítimas”, explica o vereador.